segunda-feira, 13 de junho de 2011

"QUANDO NÃO SE TEM LÍDER, ESTÁ FORMADO O QUADRO PARA O MOTIM"

FOTO: JOÃO COTTA/DIVULGAÇÃO
Rodrigo Pimentel, 40, estreia amanhã como comentarista de segurança pública do "Bom Dia Brasil", da Globo. Nesta entrevista, ele comenta o motim dos bombeiros do Rio de Janeiro e as alternativas para conter a violência no Brasil.

FICHA INFORMATIVA - Reproduzido de: Portal O Tempo - Autor: André Juste, repórter - Publicação: 12/06/2011 - Imagem: Publicada no site de origem.  Leia a Matéria Completa no Site de Origem: Clique Aqui

Entrevista com Rodrigo Pimentel - Ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) - Corroteirista do filme "Tropa de Elite".

O que significam os últimos acontecimentos envolvendo os bombeiros no Rio de Janeiro, em termos de segurança pública? A população está segura?
No caso dos bombeiros, o que falta é uma política salarial. O que aconteceu após o movimento, sim, afeta a segurança pública. Diante de políticos pouco habilidosos e da ausência de uma política salarial de segurança pública, tornamos-nos reféns desses episódios. Lembro que esse episódio no Rio não foi único: tivemos em Fortaleza em 1997 um evento parecido; em Minas Gerais, em 1998; em Tocantins em 1999. Em São Paulo, inclusive, a Polícia Civil cercou o Palácio Bandeirantes no ano passado. Enquanto os governantes não derem uma política salarial, um plano de carreira para as categorias, esse movimentos deverão se repetir no país.

Para invadir o quartel, os bombeiros tinham o direito de levar os familiares?
Eles não deveriam levar seus familiares. Mas vamos lembrar que esses bombeiros estavam desesperados em função de baixíssimos salários, ansiosos por um posicionamento do governo estadual, reclamando condições precárias de trabalho. Quando você não tem uma liderança efetiva, alguém que lhe dê satisfação, um líder sensível a essas demandas, está formado o quadro para uma rebelião, um motim. Os motins ocorrem em função dos líderes e não em função da base. Insensibilidade e intransigência provocam o motim. E foi isso o que aconteceu no Rio de Janeiro. No entanto, os bombeiros não deveriam expor seus familiares a essas reivindicações.

Como você avalia a ação do Bope?
O Bope é uma tropa profissional, leal ao comandante geral da Polícia Militar. É uma tropa legalista, que trabalha em favor da lei. A ordem deveria ser restabelecida, os bombeiros estavam na prática de um crime militar, e o Bope foi usado de forma profissional. Mas é evidente que, no coração de cada policial militar do Bope, havia uma solidariedade. Não com o crime praticado, mas com o pleito do profissional bombeiro.

A retomada do quartel poderia ter sido feita por meio de negociação?
Poderia ter sido feita e seria a alternativa tática mais viável e que implicaria menos riscos. Mas o governo do Estado optou por uma retomada do quartel. É verdade que os bombeiros estavam praticando um crime militar e deveriam ser presos. No entanto, em outras situações, a prática é outra. Um exemplo simples: quando há uma rebelião em um presídio brasileiro, normalmente os governos persistem muito mais na negociação do que na ocorrência com os bombeiros. A polícia demora dias para optar pela invasão. No caso da rebelião no quartel dos bombeiros no Rio, a opção pela invasão foi quase imediata.

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Via: Toxina

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