Depois de duas transferências de comarca e 11 anos de espera, o processo sobre a morte do vereador Sebastião Jácome de Oliveira, "Jogo de Tião", de Alexandria, foi julgado. O vereador foi executado a tiros no dia 20 de janeiro de 2000, em Alexandria. O principal acusado do crime era José Delano Diógenes, apontado pelas Polícias do Rio Grande do Norte e Ceará como pistoleiro com atuação no Vale do Jaguaribe. Ontem, José Delano foi absolvido pelos jurados, durante o Tribunal do Júri Popular, no Fórum Municipal Desembargador Silveira Martins. "Delaninho" é considerado foragido e não esteve presente ao júri.
O promotor de justiça Armando Lúcio Ribeiro - responsável pela acusação - denunciou José Delano por homicídio qualificado e defendeu a condenação do acusado. Para ele, havia provas suficientes nos autos que mostravam o envolvimento do acusado com a morte do então vereador. Mas a defesa do acusado, sob a responsabilidade dos advogados Paulo Lopo Saraiva e Gessiney Nobre da Fonseca, argumentou que desde o início da investigação nenhum elemento apresentado nos autos provava a participação de José Delano na morte de "Jogo" em Alexandria.
Na denúncia do Ministério Público consta que Delano e mais três pessoas teriam sido responsáveis pela execução. José Delano já responde a processos criminais em cidades do Rio Grande do Norte e Ceará e é apontado pela Polícia como integrante de uma quadrilha de assaltantes e pistoleiros.
"Esse rapaz (Delano) quer uma oportunidade para voltar à vida normal. Ele é inocente nesse caso. Criaram essa imagem do homem violento, mas isso não existe", disse Paulo Lopo Saraiva.
Muitos familiares do acusado vieram a Mossoró para assistir ao julgamento, assim como estudantes do curso de Direito. No fim, os jurados decidiram absolver José Delano. O resultado foi comemorado pelos familiares do acusado.
O CASO
Sebastião Jácome de Oliveira, "Jogo", é pai de Jarbas Jácome de Oliveira, "Jarbas de Jogo", acusado de vários homicídios no Rio Grande do Norte e em outros Estados. Após ter a prisão preventiva decretada em 1997, ele foi preso no presídio de Pau dos Ferros, mas conseguiu fugir logo em seguida, matando durante a fuga o empresário Zeferino Vilaça. A Polícia afirma que, antes de fugir do RN, ele participou de vários assaltos com integrantes da quadrilha dos "Carneiros".
Depois de fugir do RN, o homicida teria ido para a Bahia, onde teria matado uma mulher grávida, e depois seguido para São Paulo, onde também teria assassinado um policial civil.
No Rio Grande do Norte, ele ainda é suspeito de envolvimento com as mortes de Isa Maria Barreto Vilar de Melo, Idalécio Pereira da Silva, Antônio Honorato de Souza e Raimundo Roberto Montes.
Em setembro, Jarbas foi preso pela Polícia da Paraíba, durante a Operação Laços de Sangue, que colocou na cadeia acusados de envolvimento com mais de 90 execuções ocorridas em cidades do Rio Grande do Norte e Paraíba, todas motivadas por briga de famílias.
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