segunda-feira, 28 de março de 2011

ESTRESSE POLICIAL: HOMENS DA SEGURANÇA PÚBLICA ESTÃO NO LIMITE


Quando o policial tira a farda num ato de raiva ou o bombeiro mostra uma motosserra numa briga banal é sinal que algo pode estar errado. E não são casos isolados. Há relatos graves de problemas de saúde na segurança pública, indicando que é preciso reforçar a área e impedir que o pior aconteça para os próprios policiais e à sociedade.

A constatação do DC saiu após entrevistas com policiais, psicólogos e episódios recentes em Santa Catarina. De farda ou não, quem trabalha contra o crime afirma que a situação assemelha-se a uma "bomba-relógio". Para eles, a condição salarial, a falta de efetivo, as crises internas e o não-acompanhamento fixo da saúde dos profissionais agravam o estresse que a própria atividade gera.

Histórias de servidores da segurança com sintomas de doenças causadas pelo estresse e de situações contra a ordem são comuns no Estado. Um soldado ouvido pelo DC e que pediu para não ser identificado para evitar punição interna contou que chegou a tentar o suicídio há dois anos.

Ninguém entra na profissão doente. É coisa que adquiri vivenciando mortes, vendo corpo decepado, tendo de tirar vida na rua. Quando cheguei no ponto crítico tentei o suicídio. Antes levaria três superiores junto. Mas minha mulher me salvou — emociona-se o soldado que ficou quatro meses fora das ruas, mas decidiu retornar mesmo sem terminar o tratamento para não perder parte do salário.
 
FICHA INFORMATIVA
Reproduzido de: Hora de Santa Catarina.
Autor: Diogo Vargas - diogo.vargas@diario.com.br
Publicação: 26/03/2011
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